Toda ação, motivação, e até inclusive os desejos humanos foram invariavelmente colocados a serviço do sistema econômico. No que chamamos luta pela sobrevivência, nosso corpo, sobrevive às custas da felicidade e do prazer, e nem os sonhos se esquivam da hipocrisia, arma que se insiste contra as promissórias que dia após dia assinamos numa dívida infinita. É claro que não podemos resistir, é claro que o pesadelo em que estamos inseridos deixam em nosso olhar as suas marcas, e vez ou outra nos projeta em vazios, em lapsos de existência que tampouco podemos suportar.
Não nos levantamos de nossos sonhos por nenhuma motivação pessoal ou coletiva e solidária, e sim por salários, por promessas, não de felicidade, mas de consumo, de poder, que sequer engana nosso vazio existencial.
E enquanto nossos relacionamentos, como tudo, passa a ser medido, julgado e premiado, por nossa capacidade de “darmo-nos bem”, o dia segue em paz, nosso psiquismo em pane, e a nossa única esperança é a esperança de não perdermos as esperanças.
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